segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ói ele aqui de novo

"É evidente que não há uma coincidência entre o tempo do inquérito e o da Justiça. O que é um problema inclusive para o investigado, que só depois de anos é absolvido das acusações. Temos realmente que acelerar, especializar varas, ter decisões mais rápidas, mas muitas vezes elas não são confirmatórias daquilo que se lançou na investigação. Por isso se recomenda muita cautela na divulgação dos juízos que são firmados nos inquéritos".
"Vejam que aquela chamada Operação Anaconda resultou em ampla absolvição no STF. Qual é o juízo que prevalece? Tenho que dizer que foi o juízo estabelecido definitivamente pelo STF. Todos nós, delegados, promotores, juízes, devemos calçar as sandálias da humildade. Saber que não estamos fazendo juízos prévios."
"O Judiciário não existe para condenar. É bom que todos saibam disso. Isso existia no regime soviético, no nazista, no cubano. O Judiciário existe para julgar, confirmando ou não os juízos prévios da polícia. Quando mais a polícia apurar, for menos precipitada, mais vai se aproximar do juízo que se forma a partir do contraditório e da ampla defesa."
Quem disse tudo isso foi o Presidente do STF Gilmar Mendes comentando as ações da polícia federal que diz serem, por vezes, excessivas e justificando a existência de um controle judicial da polícia.
Nessa parte eu concordo com ele. Mas não é com o controle da polícia federal que isso se resolverá.
É preciso preservar os investigados do acesso fácil da mídia, pois é ela quem anuncia a ação da polícia de forma completamente leviana e equivocada na grande maioria das vezes.
A mídia condena antes do processo e, o que é pior, jamais absolverá caso o processo comprove a inocência do suspeito, pois o que interessa a ela é o espetáculo e depois que o espetáculo passa a notícia não tem qualquer interesse.
Veja a reportagem de O Estadão na íntegra.

Um comentário:

  1. Gilmar Dantas, segundo Noblat (adoro ler isso no blog de Paulo Henrique Amorim)é quem mais concede Habeas Corpus no STF! Tinha que ter uma justificativa, não?

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