Postagem publicada por Oldack Miranda do blog Bahia de Fato.
Eu me odeio por ter acreditado que o estado brasileiro era “inchado” como diziam os neoliberais e a mídia
Eu me odeio. Eu me odeio. De tanto ler jornais e notícias baseadas em fontes neoliberais, eu cheguei a acreditar que, de fato, o estado brasileiro era “inchado” pelo número de servidores, grande demais para as necessidades do país. Grande Mentira.
“A desconstrução de uma mentira” é o título da matéria publicada pela revista CartaCapital (nº 541). Um estudo do IPEA sobre emprego público no Brasil passou a ser fundamental para desconstruir a mentira. O estudo do IPEA prova exatamente o contrário.
No Brasil, a participação do emprego público é pequena. O porcentual de servidores em relação à população ocupada não chega a 11% e não alcança 6% se for considerada a população total.
A Dinamarca tem 39,3%, a Suécia tem 33%. Aí os neoliberais poderiam replicar: mas lá se explica pelo “estado de bem-estar social” que exige para execução mão de obra do serviço público.
Mas, e quanto aos países privatistas? Ora, Estados Unidos (14,9%); Canadá (19,9%), França (14,4%) e Espanha (15%).
E quanto aos países da América Latina? Pior. Panamá (17,8%); Uruguai (16,3%); Argentina (16,2%). O Brasil só está um pouco acima do Chile (10,5%).
A revista CartaCapital lembra que durante oito anos o presidente FHC foi o arauto da luta contra o Estado brasileiro. Era o discurso da privatização. Não foi falta de aviso. O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos chegou a lançar a obra “O ex-Leviatã Brasileiro” desmascarando o debate torto incentivado pelos tucanos, com a cumplicidade da mídia.
Eu-me-odeio.
Eu também.
Pois é!
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